Os praticantes de Stand-Up Chico Prieto, da Escola de Surf vento Sul, e Felipe Goettems, de Porto Alegre fizeram uma remada nada fácil agora em junho. Aproveitando o swell e o ventos do quadrante sul, os dois resolveram fazer uma travessia da praia central de Garopaba até a praia da Pinheira, ao lado da Guarda. Uma remada de 16km de remando pelo mar.
Segue os relatos da travessia:
"Era sábado, dia 05 de junho e o vento sul soprava forte. Eu estava em Florianópolis quando liguei para o Chico para conferir as condições: “tá um ventão aqui. Dá para fazer a travessia. Coloquei a minha 12’6 no reck e toquei para Garopaba, só pensando na adrenalina do passeio. Sabia que o mar estava em transformção e ainda não havia subido tudo que iria subir, as previsões de ondas grandes eram para o domingo, somente, o que facilitava, em tese, nossa empreitada.
Cheguei na casa do Chico, na beira da praia de Garopaba depois das 14hs, rapidamente arrumamos nossas coisas, ajeitamos a camera, pegamos água, GPS e fomos para a água correndo, uma vez que os pescadores estavam na praia e proibiam a entrada na água devido a pesca da Tainha.
Entramos na água 14h40, deixando apenas 3hs de luz para a gente remar até a Pinheira.
O vento sul/sudeste estava na casa dos 30, 35km/h e pegava a gente, por vezes, meio que na lateral, tirando o equilibrio. Além disso, a ondulação de sul estava entrando forte, mas ainda não estava alinhada, deixando o mar muito mexido. Logo percebemos que não iria dar tempo de chegar na Pinheira, pois há 3km da costa, as condições eram extremas para remar e não estavamos com velocidade suficiente para vencer a distância até o destino. Mudamos os planos e resolvemos sair na guarda, 3 km antes, mas alguns problemas nos aguardavam: pescadores e o swell de sul, que fecha o canal na Guarda. Para piorar, não sabíamos que tamanho estavam as ondas na praia. No caso de sair na Pinheira, não teríamos estes problemas, pois lá não entra nenhum swell, é uma praia portegida e sem os temidos pescadores da Guarda.
A tensão foi aumentando a medida que nos aproximávamos do costão, pois as ondas batiam com força nas pedras, fechando o canal e mais de uma dúzia de pescadores nos observavam. Depois de um grande esforço, 2h30 de remada e já com muita pouca luz, chegamos até o line up da Guarda, que já apresentava um metrão de onda, com o canal fechado. A galera no costão gritava a cada onda que entrava e depois de aguardar o momento certo, remamos entre duas séries e saímos sem maiores problemas. Remamos pelo rio até um ponto onde saímos com segurança da água para aguardamos nosso resgate.
A experiência foi alucinente".
Palavras de Felipe Goettems
Muito legal. Este é um esporte que ainda pretendo praticar.
ResponderExcluirUm abraço.
Márcio.